segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Resposta à nota da PM sobre o ATO na Paulista

À Polícia Militar do Estado de São Paulo,

Os alunos em greve da Universidade de São Paulo, bem como aqueles que apóiam suas reivindicações, lamentam o desrespeito à democracia e aos direitos de outras pessoas promovidos pela Polícia Militar de São Paulo, pelos graves transtornos causados à sociedade paulistana.

Estudantes de uma das mais importantes universidades do país assumem o papel crítico que esta deve ter e chamam a atenção da sociedade, que investe no estudo dos jovens, para uma polícia que pratica “atos de incivilidade e atentados contra as liberdades individuais”, como, para citar apenas alguns exemplos:

·         Massacre do Carandiru: a intervenção da PM na Casa de Detenção de São Paulo (ou Carandiru), em outubro de 1992, que tinha como justificativa acalmar uma rebelião de presos, acabou realizando uma verdadeira chacina no local. Foram 111 detentos que perderam a vida;

·         Escândalo da Favela Naval: em 1997, policiais militares de São Paulo aparecem num vídeo torturando e assassinando um civil na Favela Naval, em Diadema. Apesar dos protestos da população e de outras autoridades, pedindo a demissão do Ministro da Segurança, o governador Mario Covas não cedeu, afirmando que não era possível banalizar o afastamento de um membro da PM e declarou: ''Para eu ser lógico, no limite dessa coisa (da hierarquia da responsabilidade pelos crimes) estou eu'';

·         Reação da PM aos ataques do PCC: em 2006, como retaliação aos ataques do PCC contra forças de segurança, a PM matou, entre 12 e 21 de maio, 108 pessoas (segundo dados da Secretaria de Segurança Pública). “Muitas dessas mortes decorreram da reação defensiva legítima de agentes públicos, mas outras tantas apontam para a atuação de grupos de extermínio e de policiais absolutamente fora de controle e comando, com nítido caráter de represália indiscriminada, notadamente, em face da população mais pobre e que habita as periferias das grandes cidades paulistas”, afirmou o desembargador Magalhães Coelho;
·         Matar em 5 anos mais que todas as polícias dos Estados Unidos juntas: segundo relatório da ONG Human Rights Watch, lançado em dezembro de 2009, a polícia do Estado de São Paulo prendeu 348 pessoas para cada morte em 2008. Já a polícia norte-americana prendeu mais de 37.000 pessoas para cada morte no mesmo ano. A proporção entre detenções realizadas e mortes cometidas pela PM de São Paulo encontram-se fora do nível de civilidade esperado para a corporação que supostamente defenderia a sociedade.

·         Orgulhar-se do que deveria ser motivo de vergonha: O Brasão de Armas da PM-SP possui 18 estrelas representativas de marcos históricos da corporação, como a “Revolução” de 1964 (golpe militar) ou a repressão a mobilizações sociais populares (Canudos, Revolta da Chibata, Greve de 1917)

No passado ou no presente desta corporação, que reprime movimentos sociais, discrimina populações mais pobres, mata e age com violência desmedida, não a vemos atuando de maneira inteligente, “buscando a negociação, sempre buscando evitar que os transtornos aos cidadãos fossem ainda maiores.” É de se perguntar quem está defendendo a cidadania, se os estudantes da USP ou uma corporação com um histórico assim.

Ressalta-se que a PM não hesita em usar da força contra os repórteres da imprensa cuja atuação ela diz louvar, conforme visto na Marcha da Maconha, por exemplo. Imagens da própria TV Folha mostram um repórter sendo atingido por jatos de spray de pimenta por um PM e atacado com golpe de cassetete por uma agente da Guarda Civil Metropolitana.

É por isso que, em ato público na Av. Paulista, os estudantes da USP vieram negar a atuação dessa polícia não só no campus da universidade, bem como em toda a sociedade.

Leia a nota da PM:

3 comentários:

  1. TUDO QUE VOCÊS DICERAM AI REPRESENTA O SEGUINTE;A POLICIA MILITAR SÓ MATOU BANDIDOS,TÃO CHORANDO PORQUE?VOCÊS PERTENCIAM AO BANDO DELES,E DA FAVELA NAVAL O PM FOI PUNIDO.E VOCÊS NÃO TRABALHAM.

    ResponderExcluir
  2. Uma resposta cheia de argumentos "ad hominem" (ou seja, a falácia de atacar o adversário, fugindo das críticas que esse levantou).

    E a resposta à crítica feita pela PM, cadê?

    ResponderExcluir
  3. TIOSÃO,
    quer dizer então que você acha que BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO? Vc já parou para pensar como a sociedade da qual VOCÊ faz parte é responsável por "produzir" bandidos? Vc já parou para pensar nas mães que tiveram seus filhos assassinados? Não me venha, depois, defender os direitos humanos. Os direitos humanos são para TODOS os HUMANOS, sejam eles criminosos ou preconceituosos, como VOCÊ.
    E digo mais, foram cerca de 10 PMs no caso da Favela Naval, então se vc afirma que UM foi punido, acho muito pouco, não? E o fato dele, ou de todos eles, terem sido punidos NÃO ISENTA A PM DE SER UMA CORPORAÇÃO MAJORITARIAMENTE COMPOSTA POR PROFISSIONAIS INCAPAZES, CORRUPTOS E SEM FORMAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, QUE MATAM E TORTURAM, como nos casos citados (apenas alguns dentre os muitos, depois se você quiser posso fazer um relatório mais específico de casos)

    ALAN,
    se vc lesse a nota de PM COM CUIDADO e a carta publicada pelo Comando de Greve COM CUIDADO, perceberia que, ATÉ NA MESMA ORDEM DE PARÁGRAFOS, os pontos da PM são refutados a altura pelo texto do blog

    ResponderExcluir